Alexandre e Bucéfalo na batalha de Issus (detalhe de mosaico romano encontrado em Pompeia, que se encontra atualmente no Museu Arqueológico Nacional em Nápoles, Itália). |
Num mosaico romano, Bucéfalo, o cavalo de Alexandre, o Grande, é representado como um fogoso corcel cor de bronze. Nesse exemplo, vamos “provar” que isso é uma falácia (uma grande mentira).
Inicialmente, “provaremos” que todos os cavalos têm mesma cor.
De fato, considere a sentença aberta:
Note que P(1) é obviamente verdadeira ( num conjunto com apenas um cavalo, esse terá a mesma cor de todos cavalos do conjunto já que é o único).
Agora, suponha o resultado válido para conjuntos contendo n cavalos. Considere um conjunto:
com n + 1 cavalos. Decompomos o conjunto C numa união de dois conjuntos:
cada um dos quais contém n cavalos.
Pela hipótese indutiva, segue-se que os cavalos em C’ têm mesma cor, ocorrendo o mesmo para os cavalos em C’’. Como:
segue-se que os cavalos de C’ têm a mesma cor dos cavalos de C’’, permitindo assim concluir que todos os cavalos em C têm a mesma cor.
Assim, a nossa “demonstração” por indução está terminada, provando que P(n) é verdadeira para todo n ∈ N.
Pela hipótese indutiva, segue-se que os cavalos em C’ têm mesma cor, ocorrendo o mesmo para os cavalos em C’’. Como:
Assim, a nossa “demonstração” por indução está terminada, provando que P(n) é verdadeira para todo n ∈ N.
Agora, todo mundo sabe (você sabia?) que Marengo, o famoso cavalo de Napoleão, era branco. Logo, Bucéfalo deveria ser branco.
Onde está o erro nessa prova?
Esse problema foi inventado pelo matemático húngaro George Pólya (1887-1985).